Nunca fui o tipo de menina que sonha em entrar na adolescência, sempre preferi continuar criança e brincando com meus brinquedos, do que virar aquelas meninas que só ligam para a aparência e para os meninos. Na verdade eu nunca entendi essas meninas que sonham em crescer logo. Qual é a graça de crescer e se encher de responsabilidades, de problemas e de contas? Qual a graça de sair de casa e começar a se virar por conta própria? Qual a graça de não ter que se sustentar sozinho e tomar suas próprias decisões?
Saudades do tempo que minha mãe escolhia minhas roupas e me mandava lavar o cabelo. Saudades do tempo em que minha maior dor era a do joelho rasgado brotando sangue; saudades de chorar por não querer guarda meus brinquedos; de obrigar minha mãe a brincar comigo, por que não tinha amiguinho nem irmãos pra brincar comigo; de andar em alta velocidade na bicicleta sem medo, era a hora que eu mais me sentia livre. Isso são coisas que nunca poderei fazer na minha adolescência nem quando me torna adulta. Por que a partir de agora, eu tenho que tomar decisões que mudaram minha vida pra sempre, terei que escolher com quem devo me relacionar sempre com uma pontinha de medo das minhas escolhas serem erradas. Terei que me preocupar se estou bem apresentada, não vou mais poder usar lacinhos no cabelo, nem roupinhas coloridas. Terei que me torna uma pessoa com responsabilidades.
Em pensar que daqui a três anos vou estar entrando na maior idade, ano que vem já vou estar entrando no ensino médio, daqui a alguns meses vou esta começando a fazer estagio. Isso é o tipo de coisa que me deixa com mais medo.
Como eu queria que o Peter Pan invadisse minha casa e me levasse para a Terra do Nunca, pelo menos lá eu seria criança pra sempre, sem nenhum adulto pra me dizer que era hora de crescer. Pena que isso só pode acontecer nos meus melhores sonhos.
Acho melhor começar a me acostumar com a ideia de crescer, de sair do casulo e virar uma borboleta. Uma grande e colorida borboleta, porquê não importa o quanto eu cresça, eu sempre vou levar esse jeito criança e divertido ser.
Adeus infância, irei sentir muito, muito, muito mesmo a sua falta.
Olá infância parte II. o/